Maria
Esta semana, Maria (nome fictício), 52 anos, desistiu finalmente da vida e mergulhou no seu luto após luta final de saúde.
Encontrou-se num caminho trilhado por tantos da sua geração no mundo rural; um caminho em que as escolhas são reduzidas pelas pesadas exigências da maternidade, de um cônjuge menos afortunado e da gestão de um agregado familiar com dificuldades económicas. A doença agravou a sua dor de vida, mas pode ter ajudado a adormecer a incongruência entre a realidade e as possibilidades perdidas na vida. Ela zangou-se consigo mesma, ampliando as suas inúmeras recordações de dignidade despojada.
Foi um privilégio para mim receber a sua amizade, a tarefa de escutar as suas emoções interiores sempre que o solicitava, e as ajudas sociais que nos foi possível concretizar.
Espero que ela tenha finalmente encontrado a paz.